Newroz para os curdos é uma celebração que marca o início da primavera e o Ano Novo para eles. Como não se trata de um festival unicamente curdo suas origens podem ser encontradas no Zoroastrismo.
Nessa cultura um elemento importante era o fogo, que representava luz, bondade e purificação. Além disso, conforme a lenda desse povo, Angra Mainyahu (uma espécie de de antitese do Zoroastrismo) era derrotado todos os anos, o que simbolizava sua vitória sobre o ódio e tudo de ruim, incluindo esse arqui-inimigo dos Zoroastrianos.
Já na cultura curda o Newroz acabou por simbolizar a libertação de um tirano e é também uma forma de demonstrar apoio à causa curda. Assim, no que tange à identidade dos curdos, esse feriado é bastante significativo.
A festa em geral é celebrada de forma conjunta e as pessoas usam roupas coloridas e dançam juntos. Além disso, há a tradição de pular fogueiras. E, no Curdistão sírio as pessoas se vestem com a vestimenta nacional.
Desde os anos 1950, o Newroz tem se tornado para os curdos um evento político, quando os curdos na diáspora e no Oriente Médio começaram a celebrar essa tradição de modo mais pronunciado. Desse modo, a celebração se tornou um símbolo da ressurreição curda, principalmente a partir dos anos 1980.
Porém, esse tom político do Newroz é mais pronunciado na Turquia. Já no Irã as celebrações são mais parecidas com a celebração oficial. Assim, temos uma divisão em que para os curdos do sul e do leste (que vivem no Irã), a celebração ainda está ligada à mitologia e tradições persas, e para os curdos do norte e do oeste, a festa (também celebrada na diáspora) está mais ligada a uma agenda política de manutenção/ressurreição da identidade curda.
FUENTE: Mariana Ferreira / Comitê de Solidariedade à Resistência Popular Curda
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